segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Quem foi Marcílio Dias?

Praça distinto e emérito artilheiro, destacou-se nos ataques da esquadra brasileira a Paissandu (1864-1865). Embarcado na corveta Parnaiba, participou da batalha naval do Riachuelo (11 de junho de 1865), quando distinguiu-se por sua bravura tendo, no entanto, sido morto; no dia 13, foi sepultado nas águas do rio Paraná. Seu retrato é ostentado, hoje, nos alojamentos e cobertas dos navios, quartéis e estabelecimentos da Marinha brasileira.
       Marcílio nasceu na cidade do rio Grande (RS) em fins de 1843 ou início de 44 (a data exata é desconhecida). Aos 12 anos, aproximadamente, foi encaminhado para a Escola de Grumetes (Ilha de Villegaignom), onde iniciou sua carreira como aprendiz-marinheiro. 
        Em 1856 concluiu seus estudos nessa escola, embarcando na Corveta "Constituição" e logo após, no navio "Tocantins", que tinha Barroso como comandante. Em 15 de maio de 1861 recebe sua primeira promoção: Marinheiro de 2ª classe. Em 1863, já na Escola de Artilharia, recebe a classificação de "Praça Distinta". Em 1864 embarca na Corveta Parnaíba, em expedição ao Rio Prata. De volta é promovido a "Marinheiro de 1ª classe". Em 6 de dezembro desse mesmo ano (1864), quando Tamandaré inicia o cerco e ataque a Paissandu, Marcílio Dias tem seu batismo de fogo, em confronto com o exército de Aguirre, ditador uruguaio. O grito de "Vitória" dado por Marcílio Dias quando entra na torre da Matriz de Paissandu, e de lá acena, aos colegas, com a bandeira brasileira.
Outra cruenta luta (11 de junho de 1865) ocorre na Corveta Parnaíba, durante a Batalha do Riachuelo. Marcílio Dias tinha aproximadamente 21 anos, e esse fato assim ocorreu, segundo o escritor Joaquim José de Macedo: "A Corveta foi abordada por três navios paraguaios. Um desses foi afundado, mas os outros dois continuaram atacando o Parnaíba. Os valentes artilheiros recebem a massa assaltante, no convés do navio. Marcílio Dias é o primeiro na avançada. O marinheiro de blusa rota e ensangüentada, a tez escura suando, começa a lançar golpeadas à direita e à esquerda. O gigante em fúria abre caminho entre os paraguaios, golpeando-os de morte. E ele avança mais, até ser cercado por quatro soldados inimigos. O bravo marinheiro avança e golpeia o primeiro, enfrenta o segundo, quando de repente escorrega no próprio sangue. Resvalando, abre os braços, para estabelecer o equilíbrio. Foi quando recebeu dois violentos golpes na cabeça e caiu".
     Depois dessa tragédia, a luta continuou na Corveta Parnaíba, quando Barroso, usando de inteligente estratégia, afunda um navio paraguaio e o outro trata de escapar. O Parnaíba estava salvo e o Brasil vitorioso, enquanto Marcílio agonizava no convés sem dar um único gemido!
Hoje, o povo rio-grandino homenageia seu grande herói na Praça Marinha do Brasil (ex-Praça da Bandeira), em magnífica escultura em bronze, inaugurada em 19 de novembro de 1940 (Dia da Bandeira Nacional).




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